quinta-feira, 31 de agosto de 2017

Avaí Futebol Clube - 94 Anos de Glórias.






















                    Nesta sexta-feira, 1º de Setembro, o Avahy Foot-Ball Club completa 94 anos. Comemora “Bodas de Palmeira”. Surpreendente coincidência, pois “palmeira” me lembra um dos meus poetas preferidos – Gonçalves Dias, por seu poema, que todos nós conhecemos... “Canção do Exílio”. Justamente quando nosso poeta estaria completando 194 anos. Ou seja, nasceu exatamente 100 anos antes de nossa fundação. Já nossa torcida, adora registrar quando está no “doce exílio” com fotos como a do nosso torcedor ilustre Anastácio da Silva Júnior, no Mont Blanc - França.

                    Paradoxalmente, apesar de nosso Clube possuir um hino que é uma é uma bela poesia, de autoria de nosso eterno presidente Fernando Bastos, o nome do nosso clube tem origem na sangrenta Batalha do Avahy no Paraguai, o que bem reforça a marca maior da esquadra azurra, traduzido em seu hino: “O time da raça”.

                   No Avaí, tudo sempre foi conquistado com muita luta, muito suor, muito sacrifício e muita paixão. O resultado da aplicação destes ingredientes tornou nosso Clube um vitorioso. Foi o primeiro clube a conquistar o Campeonato Catarinense. Somamos 16 títulos estaduais. Temos o maior público em Campeonato Estadual. Primeiro clube de Santa Catarina a jogar no exterior. Fomos a primeira equipe catarinense a vencer uma das quatro divisões do Campeonato Brasileiro. Continuando com as belas lembranças sobre nosso caminho vitorioso, somos donos das maiores goleadas em Santa Catarina. Entre outras, recordamos os 21 x 3 sobre o Paula Ramos, 14 x 3 sobre o América de Joinville e 11 x 2 sobre o “Coirmão” do Estreito.

                    Não podemos esquecer nossos principais jogadores. O saudoso e veloz Saulzinho com 41 gols em clássicos. O eterno Balduíno que participou de 75 clássicos. O Avahy dos carismáticos Décio Antônio, Roberto Cavalo e César Silva. Dos legendários presidentes, como Celso Ramos do tetra campeonato, do polivalente José Amorim, do astuto João Salum, do eterno poeta e sonhador Fernando Bastos, do grande administrador Décio Girardi, do jovem, idealista e vitorioso Flávio Félix, e por fim, do persistente, obstinado e saudoso João Nilson Zunino.

                    Para finalizar, temos uma história sempre lembrada pela luta e pela raça de seus jogadores, funcionários, dirigentes e principalmente de seus torcedores. Portanto, na condição de eterno torcedor, tenho o orgulho de ver que nosso time sempre projeta um futuro de muito sucesso. Costumo dizer que “ser avaiano” é um estado de espírito. Um estado de espírito presente nos apaixonados pelas tradições deste time que arrebata e fascina os corações dos homens, das mulheres, dos meninos e das meninas, todos de “sangue azul”.

                   Parabéns Avahy Foot-ball Club pelos 94 anos de grandes lutas, de grandes vitórias e de muito orgulho para a nação azurra, a maior torcida, a mais apaixonada e a mais fanática de Santa Catarina.


Lourival Amorim – Ex-Presidente
Presidente do Conselho Deliberativo (1997 a 2002)

sexta-feira, 25 de agosto de 2017

Essa Gente Humilde Brasileira...








Agora à tardinha, ouvia no meu toca-fitas do carro, na belíssima voz de Maria Bethânia, a consagrada música “Gente Humilde”.

A primeira estrofe da nostálgica letra começa assim... 

... Tem certos dias 
Em que eu penso em minha gente
 
E sinto assim
 
Todo o meu peito se apertar...
  

Sinceramente meus amigos, não tem como olhar para a situação do Brasil e não fazer um elo com nossa sofrida “gente humilde brasileira”.  
 
Muitas pessoas acham mais fácil debitar “nossa” cultura de corrupção as nossas origens além-mar (Portugal). Respeitosamente temos que discordar. Somos um povo bastante trabalhador, formado pelas mais diversas etnias. Para cá vieram portugueses, italianos, alemães, africanos, árabes, judeus, japoneses, chineses, latinos, poloneses, russos, entre outros. Portanto, nosso congresso, nossas assembleias legislativas, nossas câmaras de vereadores, possuem representantes de todas essas etnias. 

Então perguntamos... Onde foi que não deu certo?  A resposta é triste, mas é a realidade. A elite da classe política brasileira, nos últimos 50 anos, passou a usar o poder como se fosse um feudo. Usaram suas prerrogativas para legislar apenas em causa própria. Decidiram por seus super salários, seus super privilégios, que incluem dezenas de “assessores”, verbas para saúde, alimentação, passagens aéreas, moradia, serviços postais, combustíveis, seguranças, entre outras. 

Porém, todavia, contudo... como se não bastassem todos esses modestos privilégios, essa mesma elite política resolveu participar do lucro das empresas, em especial nas empreiteiras que prestam serviços bilionários ao poder público. Só que escolheram a forma “não-republicana”. Esse procedimento aético se espalhou como um rastilho de pólvora, contaminando as mais diversas camadas de políticos e empresários, que se associaram para saquear nossos recursos com a justificativa de “tudo devidamente declarado a Justiça Eleitoral” .

Essa “Gente Humilde Brasileira”, que soma 86 milhões (sem contar com 13 milhões de desempregados), que trabalha e que levanta todos os dias as 5 da matina, continua diariamente em sua via-crúcis”, humilhada, desrespeitada, cabisbaixa, sem acesso aos direitos básicos de uma educação digna como eu tive nos anos 50’s e 60’s, sem uma saúde decente, com clínicas e postos de saúde sucateados e sem médicos.
 
Daí então, só me resta ouvir a última estrofe... 
 
... E aí me dá uma tristeza 
No meu peito
 
Feito um despeito
 
De eu não ter como lutar...
 
E eu que não creio
 
Peço a Deus por minha gente
 
É gente humilde
 
Que vontade de chorar...
  

Oremus !


domingo, 20 de agosto de 2017

Desiderata – Uma oração para todas as religiões









Desiderata – Uma oração para todas as religiões


"Ide tranquilamente entre o tumulto e a pressa e lembrai-vos da paz que pode existir no silêncio. Sem alienação, vivei tanto quanto possível em bons termos com todas as pessoas. Dizei calma e claramente vossa verdade, e ouvi os outros, mesmo o pobre de espírito e o ignorante; eles também têm sua história. Evitai os indivíduos barulhentos e agressivos, eles são um insulto para o espírito.

Não vos compareis com ninguém: correríeis o risco de vos tornar vaidosos. Sempre há alguém maior e menor que vós… Desfrutai vossos projetos assim como vossas realizações, sede sempre interessados em vossa carreira, por mais modesta que seja: é uma verdadeira posse nas prosperidades mutáveis do tempo. Sede prudentes em vossos negócios, porque o mundo está cheio de malícias.

Mas não sejais cegos no que concerne à virtude que existe: vários indivíduos buscam os grandes ideais e em toda parte a vida é repleta de heroísmo. Sede vós mesmos. Sobretudo não simuleis a amizade! Tampouco sede cínicos no amor, porque em face de qualquer esterilidade e de qualquer desencanto ele é tão eterno quanto a relva… Aceitai com bondade o conselho dos anos renunciando com graça a vossa juventude.

Fortalecei a prudência de espírito para vos proteger em caso de infortúnio repentino. Mas não vos aborreçais com quimeras! Numerosos temores nascem da fadiga e da solidão… Para lá de uma disciplina sadia, sede ternos convosco mesmos. Sois filhos do universo, tanto quanto as árvores e as estrelas: Tendes o direito de estar aqui…

E, percebais ou não, o universo se desenrola sem dúvida como deveria. Estai em paz com Deus, qualquer que seja vossa concepção dele e, quaisquer que sejam vossas obras e vossos sonhos, guardai no desconcerto ruidoso da vida a paz em vossa alma. Com todas as suas perfídias, as suas tarefas fastidiosas e os seus sonhos desfeitos, o mundo é belo!

Prestai atenção… Tratai de ser felizes."

(*)
Esta oração é assinada com a seguinte frase:
“Essa oração foi encontrada em uma igreja de Baltimore em 1692”.
Mas a verdade é que a autoria desse texto é de Max Ehrmann, em 1926.






sábado, 5 de agosto de 2017

Vou-me embora para Anitápolis...






Vou-me embora para Anitápolis...

(*)

Vou-me embora para Anitápolis
Lá sou amigo dos sabiás
Lá tenho a água cristalina
Da fonte que eu escolherei...

Vou-me embora para Anitápolis
Aqui eu não sou tão feliz
Lá a existência é de um paraíso
De tal modo inconsequente
Que vales, montanhas e rios
Formem um pintura de
Da Vinci
 
Ah... E como farei ginástica
Andarei de bicicleta
Montarei em burro brabo
Subirei morros
Tomarei banhos de rio...
E quando estiver cansado
Deito na varanda à beira do Rio Branco
Mando chamar a Mãe-d'água
Pra me contar as histórias
Que no tempo de eu menino
Minha mãe vinha me contar

Vou-me embora pra Anitápolis
 
Em Anitápolis tem tudo
É outra civilização
Tem um processo seguro
De impedir a depressão
Tem celular, tem Internet
Tem canto de canários e sabiás
E mais... tem cervejas sem milho
Para a gente viajar...


E quando eu estiver mais triste
Mas triste de não ter jeito
Quando de noite me der
Vontade de me matar...
Lá sou amigo do Sabiá
Terei a melodia que eu quero
Na rede que escolherei...
Vou-me embora para Anitápolis.


Plágio de “Vou-me embora prá Pasárgada” Manoel Bandeira