quinta-feira, 16 de junho de 2016

Navegando sem um Farol
















Diria o poeta que: “Um farol não consegue guiar os navios que se aproximam se a luz dentro dele não estiver acesa”. Nós brasileiros precisamos com muita urgência de um farol. Infelizmente, estamos numa gigantesca nau sem velas, sem lemes, sem remos e pior... sem um comandante confiável. Estamos afundados numa crise política e econômica sem precedentes em nossa história. 

Evidente que já passamos por grandes crises econômicas e sobrevivemos a todas. Porém, essa é sem dúvida mais preocupante e assustadora porque é muito diferente. Nessa existem dois ingredientes altamente voláteis, alimentados por um processo de corrupção que se arraigou tanto no setor público como no privado, e também pela ausência de Accountability, que significa "prestar contas”.

Ou seja, quem desempenha funções de importância na sociedade deve regularmente explicar o que anda a fazer, como faz, por que faz, quanto gasta e o que vai fazer a seguir. Não se trata, portanto, apenas de prestar contas em termos quantitativos, mas de auto-avaliar a sua gestão qualitativa, com a maior transparência possível.

O consultor Stephen Kanitz, em 1999, escreveu um inteligente artigo dizendo de forma resumida que o Brasil não é um país intrinsecamente corrupto, mas um país pouco auditado. A prestação de contas em todas as esferas do executivo, legislativo e judiciário, aqui abrangidos pelos poderes federais, estaduais e municipais, tem melhorado bastante com a atuação dos seus tribunais de contas, exigindo relatórios de gestão. Porém, parece que ainda temos um longo caminho a trilhar, pois a maldita corrupção continua ocupando com destaque a parte policial dos jornais de todas as mídias.

Lamentavelmente, o centro de nossa crise política está na questão do exercício da ética, ou melhor, pela total ausência de ética da grande maioria da classe política. Minha preocupação maior é com os jovens, pois com a banalização da roubalheira dos políticos nos noticiários, pode dar a impressão que se trata de uma coisa normal na política. 


Talvez, lembrando o grande pensador holandês Spinoza em suas obras como “Tratado Político” e “Ética”, devêssemos pensar em incluir, com urgência, nos currículos do ensino básico e fundamental, cadeiras de ética. Deixando bem claro que isto não revogaria a máxima que diz que “a educação vem do berço”.

Hoje, 16.06.16, o Jornal Nacional colocou a última pá de cal na moral da política brasileira. Para finalizar, por infortúnio maior, concluo com o título do artigo: Navegando sem um Farol. O que mais entristece e nos desanima é não termos nenhuma liderança nacional na classe política que pudéssemos depositar nossa confiança e que nos mostrasse um norte ou um farol para essa grande nau chegar a um porto seguro. As grandes e as principais estão quase todas envolvidas com falcatruas no Mensalão, na Lava Jato, na Zelotes, no Trensalão, no Merendão, entre outras. Navegando sem um farol... até quando meus amigos?

(*) Lourival Amorim - 16.06.16

"Oremus ad Invicem"

"Oremus ad Invicem"







O Jornal Nacional de hoje, 16 de junho de 2016, decretou a pá de cal na moral da política brasileira.








terça-feira, 14 de junho de 2016

Onde Ficou a Velha e Eficiente Escola do Futebol Brasileiro?


Sem medo de errar, a resposta começa em 1998. Mais precisamente no dia 24 de março de 1998, com a sanção pelo Presidente Fernando Henrique Cardoso da Lei nº 9.615, a famosa Lei Pelé, que veio para “modernizar” a prática do futebol no Brasil. Aplaudindo as inovações positivas, não há como denunciar a introdução do maior e do irreparável prejuízo para o futebol brasileiro, ou seja, da figura do “empresário”. Ele veio como o “libertador” do atleta, que vivia sob o jugo do Clube que o mantinha preso como um escravo para o resto de sua carreira.
Ledo engano, o próprio Pelé em 2014 foi um crítico quando denunciou... "Antes, o jogador ficava cinco, dez anos jogando no mesmo clube. Hoje não é mais assim. Muito empresário leva o jogador para a Ásia, Rússia e esquece ele lá, faz o que quiser. Então tem essa parte ruim, que o clube não é mais dono do jogador, o empresário é que manda."
De se ressaltar, que a Lei Pelé nos seus primeiros artigos evidencia os princípios fundamentais, tais como a soberania, autonomia, democratização, liberdade, direito social, diferenciação, identidade nacional, qualidade, descentralização, segurança, eficiência, transparência financeira e moralidade na gestão desportiva (sic).
Não fosse só por essa anomalia, esse status veio sendo agravado pelas conhecidas relações nada republicanas entre atletas, empresários, dirigentes de clubes, dirigentes da CBF, da FIFA, entre outros aproveitadores. O Ministério Público e a Receita Federal estão apertando a fiscalização a clubes e atletas. Somente em São Paulo foram feitas 24 fiscalizações envolvendo R$ 211 milhões em impostos devidos e multas.

Por fim, com a multiplicação destas transações milionárias “nossos craques” não permanecem mais no Brasil dando continuidade à “nossa escola”.  Escola de Pelé, Zico, Garrincha, Nilton Santos, Ademir da Guia, Sócrates, Jairzinho, Tostão, Didi, Gerson, Rivelino, Falcão, Júnior, entre outros. Hoje temos mais de dois mil atletas jogando no exterior, espalhados em 111 países.

Infelizmente está morta a “velha e eficiente escola do futebol brasileiro”. Certo Tite?

Oremus!