“O dono da caixa de fósforos”
Ontem, dia 4 de março de 2016, foi o dia do “O Dono da Caixa de Fósforos”. Fui dormir tarde, após uma minuciosa leitura sobre os inúmeros comentários de amigos, políticos e juristas acerca do grande destaque na Mídia Nacional e Internacional, por conta da condução coercitiva do ex-presidente Lula para prestar depoimento na Polícia Federal. Preliminarmente, para esclarecimento geral da nação, informo que nunca consegui eleger (com meu voto) um Presidente da República.
Voltando para o dia de ontem, não havia como não
lembrar o ano de 1968, quando o ex-presidente Juscelino Kubitschek foi preso
pelos militares (politicamente) após sua saída de uma formatura onde foi
paraninfo, ficando detido vários dias. Ontem, às seis da manhã o “japonês da
PF” (rs) bateu na porta de Lula para, por ordem de Sérgio Moro, de forma
coercitiva, levá-lo para depor na Polícia Federal, contrariando frontalmente o
Código de Processo Penal.
Fui dormir preocupado. Além de exercer como
contabilista a profissão de auditor independente há quase 40 anos, também tenho
formação jurídica, sou advogado filiado à OAB/SC há 33 anos. Com certeza, é
natural e democrático, que os desafetos do ex-presidente e do Partido dos
Trabalhadores festejassem sua “detenção” com todo aquele aparato policial cinematográfico,
merecedor de mais de uma hora de Jornal Nacional. É natural, também, a reação
dos simpatizantes e do mundo jurídico.
Como já disse, fui dormir preocupado, mas ao mesmo
tempo feliz por não pensar sozinho sobre a “escorregada” do juiz Sérgio Moro. O
Ministro do STF, Marco Aurélio Mello, não indicado por Lula e Dilma, bateu
duro... "Condução coercitiva? O que é isso? Eu não compreendi. Só se
conduz coercitivamente, ou, como se dizia antigamente, debaixo de vara, o
cidadão que resiste e não comparece para depor. E o Lula não foi intimado".
E foi além, "Precisamos colocar os pingos nos 'is'", E continuou
criticando o argumento de Moro, de que a medida foi tomada para assegurar a
segurança de Lula... "Nós, magistrados, não somos legisladores, não somos
justiceiros", e ensinou: "Não se avança atropelando regras
básicas". O entendimento de Marco Aurélio também foi seguido por dois
juristas do governo Fernando Henrique.
Isso me preocupa muito, pois o descumprimento das tais
“regras básicas” por conta de um Juiz Federal, que dirige o maior processo
contra a corrupção da história brasileira, poderá com “seu atropelamento”,
colocar em dúvida sua isenção, vindo mais tarde a frustrar todo um sentimento
de justiça e legal punição para os infratores, que todo o brasileiro
ansiosamente respira e aguarda.
Na verdade, se já havia muita gasolina espalhada no
triste e vergonhoso momento político brasileiro ... o Juiz Sérgio Moro apareceu
como “O Dono da Caixa de Fósforos”.
Oremos.
Lourival Amorim
Lourival Amorim
Parabéns. Excelente análise. É o que as pessoas de bom senso pensam.
ResponderExcluirParabéns. Excelente análise. É o que as pessoas de bom senso pensam.
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