domingo, 27 de março de 2016

O Brasil na encruzilhada da ética...






O Brasil na encruzilhada da ética...

Os próximos dias serão cruciais para a política, para a economia e para a discussão da afirmação da ética no Brasil. Estamos metidos, ou pior, nos meteram na maior crise política da história brasileira. Temos um país dividido entre dois times... Numa analogia ao futebol (sic) temos num lado do campo o time "A" a favor da mudança dos atuais governantes sob a alegação de crimes de responsabilidade e improbidade administrativa. E, no outro lado, temos o time "B" que afirma se tratar de um golpe orquestrado contra a democracia, contra a constituição e, por consequência, contra o estado de direito.
Na arquibancada, numa imensa torcida, está a sociedade, representada por 205 milhões de brasileiros que são, entre outros, trabalhadores, empresários, agricultores, funcionários públicos, prestadores de serviços e, principalmente, jovens estudantes crentes na esperança de um futuro promissor. Neles enxergamos, em especial, nossos filhos e netos.
Num pano de fundo, os dois lados procuram nos mostrar uma luta histórica entre a esquerda e a direita, capital e trabalho e, por fim entre conservadores e progressistas. Na verdade, os mais de 205 milhões de brasileiros não estão nem um pouco interessados nos rótulos utilizados nesta batalha política.
Como Diógenes de Sinope (400 a.C), o grego que com sua lamparina/lanterna procurava um homem honesto, o noticiário dos últimos dias nos deixam atônitos com a quantidade de homens dos times "A" e "B" envolvidos, como gosto de usar, em práticas não republicanas. Num bom português... metidos em roubalheiras.
Querem saber do melhor? Sinceramente não tenho a menor ideia. Por quê? Porque não temos uma liderança imune a toda essa lama ética. Querem saber da minha esperança?
Poderia trazer frases de Confúcio... "Exige muito de ti e espera pouco dos outros. Assim, evitarás muitos aborrecimentos". Ou ainda de Aristóteles... "A esperança é o sonho do homem acordado". Ou por fim, não muito animadora, aquela extraída dos textos judaicos... "É bom ter esperança, mas é ruim depender dela".
Oremos.

quarta-feira, 23 de março de 2016

290 ou 343 anos?



290 ou 343 anos?
O que importa é Florianópolis soprando velinhas.

Meu querido e dileto professor Nereu Do Vale Pereira (nobre de sangue azul) deixou minha Florianópolis 53 anos mais velha. Nem vou discutir. Nosso historiador “Matusalém” deve ter lá suas razões para ter convencido a egrégia Câmara de Vereadores.

Na verdade, vamos ser honestos. Nereu não estava aqui quando nossa Ilha foi denominada de Meiembipe. Quando o Estreito era chamado de Y-Jurerê-Mirim. Quando por aqui viveram os Carijós, nem quando por aqui aportaram Álvar Núñez Cabeza de Vaca ou Dias Velho. Esqueçam Nossa Senhora do Desterro. Nem mesmo quando um louco chamado Moreira César, a mando de outro louco chamado Floriano Peixoto, mandou fuzilar 298 “monarquistas” ou “antirrepublicanos”. Bom... isso é passado. Assunto para Nereu do Vale Pereira.

Falamos do presente. Ilha das Bruxas. Ilha da Magia. Terra de Sol e Mar. Florianópolis eleita pelo New York Times como o melhor destino turístico para quem gosta de boates e festas. Florianópolis eleita pela Revista Viagem e Turismo como o melhor destino de praia do país. Florianópolis foi eleita a melhor capital do País, entre 14 pesquisadas, para se empreender e desenvolver novos negócios. Ficou à frente de São Paulo, Vitória e Curitiba.

Agora vou dedicar uma linha sobre os terríveis problemas de Florianópolis... 
Vivo na melhor, na mais bela e mais gostosa cidade do Planeta Terra.

Um forte e fraternal abraço para os amigos(as) que elegeram esta cidade para amar, viver, trabalhar e para criar seus filhos e netos. Parabéns Floripa.

... Jamais a natureza
reuniu tanta beleza...

... jamais algum poeta
teve tanto pra cantar...

(Zininho

Lourival Amorim - 2016

domingo, 20 de março de 2016

Sim... ainda existe trote não inteligente na UFSC.











Sim... ainda existe trote não inteligente na UFSC.

Sexta feira, final de tarde, voltando para casa, no sinal do Shopping Iguatemi, um calouro de História da UFSC, pedindo uma moeda. Não teve jeito. Dei uma moeda de R$ 0,50. Já escrevi sobre esse assunto. Prometo que vai ser a última.

Vou fazer um apelo a dois amigos reitores, das duas principais universidades públicas de Santa Catarina. Pela UFSC o Magnífico Reitor Luis Cancellier e pela UDESC, onde componho e já presidi o Conselho Curador, o futuro Magnífico Reitor Marcus Tomasi.

Vamos chamar essa gurizada e dizer que estamos em pleno Século 21. Estamos na era do “politicamente correto”. Não há a menor justificativa para meninos e meninas de universidades públicas estarem em semáforos pedindo moedinha de centavos. Vou passar algumas sugestões...

Calouros, vamos levar carinho ou um chocolate para a Ala de Oncologia do Hospital Infantil. Vamos ao HEMOSC doar sangue e levar material de higiene para os internos do CEPON, onde sou auditor independente. Vamos fazer uma visita na Associação Catarinense de Integração dos Cegos – ACIC, onde componho o Conselho Consultivo desde 1979. Pronto... falei!


Lourival Amorim (2016)


sábado, 19 de março de 2016

Operação Lava Jato - 1500.



Operação Lava Jato - 1500.

Dizem as más línguas, que a Operação Lava Jato deveria ter começado com Pero Vaz de Caminha, que aproveitando-se do cargo, pediu na famosa carta, ao Rei Dom Manoel, um indulto judicial para seu genro – Jorge Osório, pois o mesmo cumpria pena de degredo na Ilha de São Tomé, por assalto, conforme o texto abaixo:

“E pois que, Senhor, é certo que, assim neste cargo que levo, como em outra qualquer coisa que de vosso serviço for, Vossa Alteza há de ser de mim muito bem servida, a Ela peço que, por me fazer singular mercê, mande vir da ilha de São Tomé a Jorge de Osório, meu genro, o que d'Ela receberei em muita mercê.Beijo as mãos de Vossa Alteza.Deste Ilha de Vera Cruz, hoje, sexta-feira, primeiro dia de maio de 1500”

Lourival Amorim (2016)

“Tenho vergonha de ser Brasileiro”



“Tenho vergonha de ser Brasileiro”

Pessoas têm postado nos seus Blogs, Facebook, Twitter, frase do tipo... "Tenho vergonha de ser brasileiro". Respeitosamente, acho que estas pessoas desconhecem a grandeza do Brasil. Acho, que estão “um pouco” desinformadas. Amigos, nosso país é invejado por pessoas do mundo inteiro.

Nosso problema central e crucial é a cultura da corrupção, que começa de cima para baixo com nossos políticos, incluindo vereadores, prefeitos, governadores, deputados estaduais e federais, senadores, governadores e ex-presidentes, envolvidos na indecência da corrupção e lavagem de dinheiro. (é roubalheira mesmo)

E por aí afora, que também passa pelo faxineiro que leva escondido um sabonete para casa, pela mamãe que fica em fila dupla (proibida) para pegar o filho na escola. Pelo motorista que saqueia carga de caminhão acidentado nas rodovias. Pelo mesmo motorista que fala ao celular enquanto dirige, anda acima na velocidade permitida na ausência de radares e que também dirige seu veículo após ingerir bebida alcoólica.

Passa, ainda, pelo eleitor que troca o voto por uma carrada de barro, pelo dono de boteco que espalha mesas e cadeiras na calçada que é dos pedestres, pelo médico que vende atestado para o empregado que não está doente, pelo "pobrinho" que faz “gato” na energia elétrica e na água, pelo empresário que sonega impostos em nome da elevada carga tributária, pelo cidadão que registra a compra de um imóvel por um preço mais baixo, pelo funcionário que pega nota maior do que o valor real da despesa. Pelo cidadão que compra produtos piratas no camelô, pelo brasileiro que não declara na aduana o valor excedente de compras na volta da viagem ao exterior.

Em 1976, o Deputado Hebert Levy (deputado por 10 mandatos) me disse de forma firme na Câmara dos Deputados onde eu fazia um estágio universitário... "Catarina, a Câmara dos Deputados é o espelho perfeito da sociedade brasileira." Na época, lá se vão 40 anos, passei a ver a “cultura” de nós brasileiros sob um ângulo bem mais crítico.
Mesmo assim, eu sempre tive e continuo tendo orgulho em ser brasileiro. Por quê? Porque somos a 7ª. Economia do mundo. Porque meu país jamais teve conflito de etnia. Como por exemplo, a cidade de São Paulo. Lá vivem judeus, árabes, japoneses, chineses, coreanos, portugueses, espanhóis, gregos, nórdicos, latinos, italianos, alemães, em perfeita harmonia, pois somos um povo reconhecidamente pacífico. Temos a maior reserva hídrica (água doce) do mundo. Nos últimos dois séculos recebemos 4,7 milhões de imigrantes(América Latina, Europa, África e Ásia).

E continua... temos a legislação mais avançada na “guerra” contra o tabaco. Falamos a mesma língua entre 200 milhões. Estes 200 milhões professam livremente suas religiões, que passa pelos católicos, evangélicos, muçulmanos, judeus, espíritas, testemunhas de Jeová, budistas, umbandistas, esotéricos, entre outros. Numa pesquisa envolvendo 50 cidades de diversos países, a cidade do Rio de Janeiro foi considerada a mais solidária.

Respeitosamente, não tem como não ter orgulho de ser brasileiro. Só precisamos, com a máxima urgência, de uma faxina ética. O atual momento nos dá essa esperança. Estamos com a faca e o queijo na mão. Espero que 2018 seja representado como o antes, o agora e o depois.

Amorim (2016)


Rei Sol





Rei Sol

"Olhem o Rei Sol...
Com todo seu imenso brilho,
sem ser arrogante, 
presunçoso, 
pretensioso, 
pedante, 
esnobe, 
estufado...
Permite que a Lua,
mesmo sem ter brilho próprio,
nos mostre sua beleza em plena luz do dia".

Amorim (2016)
Foto: Lourival Amorim

sábado, 12 de março de 2016

O cortejo...






O Cortejo...

Prossegue lá fora a chuva
Em ritmo cadenciado
Tocando na vidraça embaçada
Paisagem triste, sem vida, sem cores
As pessoas seguem qual um cortejo fúnebre
Algumas com destino certeiro
Outras errantes...
Mas o cortejo segue.
Não se interrompe.
A vida não pode parar
Agora me vejo nele
Lânguido, externado, mórbido
Olhar fixo no preâmbulo da incerteza
É preciso mudar e levantar o olhar
Fitar uma luz
Uma luz com nome de uma promessa
Uma promessa chamada esperança.
Lourival Amorim – (1987)

O Vento...





O vento...

O vento me tocou nos ombros
Perguntando pelas memórias
De um passado de lembranças
Algumas silenciosas e secretas...
Outras com lágrimas,
Poucas de alegrias,
Em lugares adormecidos.
Pisando em caminhos de sonhos
Destruídos por chamas
Da cor do coração que sangra,
Restando apenas a solidão
Dos que pereceram.
O vento tocou nos ombros...

Lourival Amorim





















sábado, 5 de março de 2016

“O dono da caixa de fósforos”

“O dono da caixa de fósforos”





Ontem, dia 4 de março de 2016, foi o dia do “O Dono da Caixa de Fósforos”. Fui dormir tarde, após uma minuciosa leitura sobre os inúmeros comentários de amigos, políticos e juristas acerca do grande destaque na Mídia Nacional e Internacional, por conta da condução coercitiva do ex-presidente Lula para prestar depoimento na Polícia Federal. Preliminarmente, para esclarecimento geral da nação, informo que nunca consegui eleger (com meu voto) um Presidente da República.

Voltando para o dia de ontem, não havia como não lembrar o ano de 1968, quando o ex-presidente Juscelino Kubitschek foi preso pelos militares (politicamente) após sua saída de uma formatura onde foi paraninfo, ficando detido vários dias. Ontem, às seis da manhã o “japonês da PF” (rs) bateu na porta de Lula para, por ordem de Sérgio Moro, de forma coercitiva, levá-lo para depor na Polícia Federal, contrariando frontalmente o Código de Processo Penal.

Fui dormir preocupado. Além de exercer como contabilista a profissão de auditor independente há quase 40 anos, também tenho formação jurídica, sou advogado filiado à OAB/SC há 33 anos. Com certeza, é natural e democrático, que os desafetos do ex-presidente e do Partido dos Trabalhadores festejassem sua “detenção” com todo aquele aparato policial cinematográfico, merecedor de mais de uma hora de Jornal Nacional. É natural, também, a reação dos simpatizantes e do mundo jurídico.

Como já disse, fui dormir preocupado, mas ao mesmo tempo feliz por não pensar sozinho sobre a “escorregada” do juiz Sérgio Moro. O Ministro do STF, Marco Aurélio Mello, não indicado por Lula e Dilma, bateu duro... "Condução coercitiva? O que é isso? Eu não compreendi. Só se conduz coercitivamente, ou, como se dizia antigamente, debaixo de vara, o cidadão que resiste e não comparece para depor. E o Lula não foi intimado". E foi além, "Precisamos colocar os pingos nos 'is'", E continuou criticando o argumento de Moro, de que a medida foi tomada para assegurar a segurança de Lula... "Nós, magistrados, não somos legisladores, não somos justiceiros", e ensinou: "Não se avança atropelando regras básicas". O entendimento de Marco Aurélio também foi seguido por dois juristas do governo Fernando Henrique.

Isso me preocupa muito, pois o descumprimento das tais “regras básicas” por conta de um Juiz Federal, que dirige o maior processo contra a corrupção da história brasileira, poderá com “seu atropelamento”, colocar em dúvida sua isenção, vindo mais tarde a frustrar todo um sentimento de justiça e legal punição para os infratores, que todo o brasileiro ansiosamente respira e aguarda.

Na verdade, se já havia muita gasolina espalhada no triste e vergonhoso momento político brasileiro ... o Juiz Sérgio Moro apareceu como “O Dono da Caixa de Fósforos”.

Oremos.

Lourival Amorim