quarta-feira, 13 de abril de 2016

O Brasil dos “Coxinhas” & “Mortadelas”.



O Brasil dos “Coxinhas” & “Mortadelas”.

Completei nesse mês 64 anos. Passei pela morte de Getúlio Vargas (1954), pela conturbada eleição de JK (1955), pelo Golpe de 64, pelas Diretas Já. Vi o Brasil ser campeão das copas de 58, 62, 70, 94 e 2002. Assisti a fundação de Brasília, a eleição da primeira miss universo, os festivais da MPB, fui contemporâneo de muita gente importante como Albert Einstein, Alexander Fleming, Mao Tse-Tung, Stalin, Pio XII, Marilyn Monroe, John Kennedy, Che Guevara
Eisenhower , Martin Luther King, Charles de Gaulle, Jimmy Hendrix, Jane Joplin, Charles Chaplin,  Churchill, Alfred Hitchcock.


Meu Brasil Brasileiro, hoje habitado por 205 milhões de boas almas, sempre foi formado por catarinas, gaúchos, coxas brancas, paulistas, cariocas, mineiros, capixabas, candangos, baianos, pernambucanos, paraíbas, cearenses, entre outros brasileiros livres.

De repente, não tão de repente, passamos a assistir atônitos, um filme de terror, num enorme telão, protagonizado por nossos políticos de “A a Z”, pertencentes a partidos de “A a Z”, que nos meteram na maior crise econômica, política e principalmente ética da nossa história.  Em dois anos, já estamos na 27ª Fase da Operação Lava-Jato e pelo jeito vai a 100ª Fase.

Todo dia tomamos conhecimento de um “novo escândalo”, novos pilantras, novas contas na Suíça, novos milionários no “Panamá Papers”. Como disse o Procurador da República Deltan Dallagnol, Coordenador da Força-Tarefa da Operação Lava-Jato na Justiça Federal de Curitiba, "A corrupção é apartidária. Ela não é privilégio ou ônus de um partido A ou B.”

No meio desse teatro de horrores, alguém descobriu que a solução para toda nossa crise econômica, política e ética passa pelo impedimento da atual Presidente da República, que assumiu o governo numa coligação de mais oito partidos (não podia dar certo mesmo), concorrendo com mais 23. Longe, mais bem longe mesmo de dar um pitaco sobre o mérito do processo, me chamou atenção a nova divisão que foi imposta aos brasileiros. Hoje, não temos mais catarinas, gaúchos, coxas brancas, paulistas, cariocas, mineiros, capixabas, candangos, baianos, pernambucanos, paraíbas ou cearenses.

Agora estamos divididos em duas grandes categorias políticas, culturais e econômicas. Somos “Coxinhas” ou “Mortadelas”. Bons tempos àqueles que tinham os ambientalistas, liberais, democratas, republicanos, comunistas, socialistas, progressistas, cristãos, entre outros. E pior, agora não tem meio termo. Não pode ficar em cima do muro. Não pode achar que existe uma outra categoria política. É coxinha ou é mortadela.

Domingo, dia 17 de abril, temos mais um momento tenso entre coxinhas e mortadelas. A Câmara vota o Processo de Impeachment. Sinceramente, de coração, não acho que vai ter vencedor. Independentemente da vitória dos coxinhas ou dos mortadelas, acho que continuaremos mergulhados nessa profunda crise que esses políticos nos meteram.

Para aqueles que possuem fé, só falta rezar para que apareça uma “nova” liderança política nacional, em que possamos depositar nossa confiança e que nos mostre um norte ou um farol para essa grande nau aportar num porto seguro.  Oremos.



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Lourival Amorim