domingo, 29 de maio de 2016

A República das Lambanças e os Duendes do Mal.



Era uma vez... Uma grande porção de terras “descoberta” por portugueses no Novo Mundo. Essa história é tão complexa e tão complicada, que Darcy Ribeiro, antropólogo, escritor, político, para mim um dos maiores ilustres brasileiros, escreveu um belíssimo livro chamado “Aos trancos e barrancos – como o Brasil deu no que deu” (1985). A obra relata com preciosos detalhes, as mil e umas “lambanças” patrocinadas por nossos governantes nos últimos cinco séculos.

Passados 516 anos da “descoberta”, estamos registrando, para variar, mais uma das bazófias apadrinhadas por nossos políticos e partidos políticos de A à Z, repito... de A à Z. Depois da “Privataria Tucana”, do “Mensalão”, do “Petrolão”,do “Trensalão” e da “Merendinha”, surgiram as famosas “Pedaladas”.

Então, para as “Pedaladas” o remédio foi o processo de “Impeachment” da Presidente, comandado pelo Presidente da Câmara,  Eduardo Cunha e ratificado pelo Senado da República, sob a batuta de Renan. Respeitado todo o processo contemplado na Constituição e no rito aprovado pelo STF, temos um “novo” governo com um “presidente interino”, assessorado por um Ministério de “notáveis”, segundo o próprio  Michel Temer.

Pronto. Como num conto de fadas passamos a viver o glamour da “Nova República”. O dólar despencou, a bolsa subiu, a FIESP sorriu, a Febraban festejou, a mídia aderiu... Mas, (sempre tem uma desagradável conjunção adversativa) como em toda a estória, haverá a presença indesejável da bruxa malvada. Este insuportável ser, tinha que colocar nessa linda estória dois duendes do mal.

O primeiro Duende, um tal de Sérgio Machado e o segundo “outro” tal de Pedro Corrêa, ambos protagonistas de uma tal de “delação premiada”. Bastou à entrada destes dois duendes para sofrermos um terremoto marcando 8 graus na escala Richter. Não está ficando “pedra sobre pedra” no reino da “nova” e da “velha” república.

Ok. Tudo bem. Eles (os políticos) sempre arrumam uma “solução negociada”. E aí, eu pergunto: E nós mortais, que temos que trabalhar “sol a sol”, pagar nossas contas, inclusive os impostos, manter empregos, criar e educar nossos filhos... Quais são nossas expectativas? Como será o nosso amanhã?

Oremus!!!

quarta-feira, 25 de maio de 2016

O Pote de Manteiga, a Corrupção na Petrobrás e Sérgio Machado.



Há dez anos, em São Paulo, Angélica Aparecida Teodoro, uma mãe de dezoito anos, com um filho de dois, desempregada, com a mãe doente, estava dentro de um supermercado, quando escondeu um pote de manteiga no seu boné. Por esse gravíssimo crime, Angélica ficou presa durante quatro meses num Cadeião de São Paulo. Foi solta por um Habeas Corpus concedido pelo catarinense Paulo Gallotti do STJ.

Passado uma década do Habeas Corpus que livrou Angélica do cadeião, temos um cenário semelhante. Em Brasília, após um rolo compressor na Câmara e no Senado, foi dado o sinal verde para o processo de Impeachment da Presidente Dilma por crime de responsabilidade. Assumiu a interinidade o Vice-Presidente Michel Temer, uma das fortes lideranças do PMDB, com um “programa de governo” contemplando reformas estruturais na economia, na previdência, na legislação trabalhista e no pré-sal.

Parecia que o Brasil entrava num novo momento de glamour político, apesar de alguns narizes torcidos de parte da mídia e da oposição pelo fato de "certos" ministros do novo governo estarem sendo “citados” na Operação Lava Jato, que apura o envolvimento de muitos políticos e empreiteiros que “meteram a mão grande” na Petrobrás, a maior empresa brasileira.

De repente, em meio ao “tá tranquilo, tá favorável”, surge um misto de furacão, ciclone, vendaval... chamado Sérgio Machado. Um ilustre desconhecido, empresário, político do Ceará, deputado federal e senador pelo PSDB e PMDB, presidente da Transpetro, uma subsidiária integral da Petrobrás, por indicação de Lula e Dilma, que tinha um estranho hábito de fazer gravações das conversas com “seus amigos”.

Gravações estas que foram parar na Procuradoria Geral da República, num acordo de delação premiada, já homologado pelo Ministro Teori do STF. Parece, que as inconfidências de Sérgio Machado realmente não vão deixar pedra sobre pedra nas frágeis estruturas da “velha e na nova república”.


Resumo da ópera... Todas essas “excelências” poderiam fazer um abaixo-assinado e aproveitar para fazer um sincero pedido de desculpas para Angélica Aparecida Teodoro, que aos dezoito anos, desempregada, “roubou” um pote de manteiga de um supermercado, e lhe custou quatro meses de prisão num cadeião.

sexta-feira, 20 de maio de 2016

Telemarketing... Acabou o abuso e a impunidade em Santa Catarina.

Telemarketing...
Acabou o abuso e a impunidade em Santa Catarina.




É quase diário as mais incríveis histórias dos abusos das empresas de telemarketing contadas por amigos. Acontecem tanto nos telefones fixos como nos celulares (Ligações presenciais e SMS), sem falar no entupimento das nossas caixas de e-mails (particulares e corporativos) com as mais mirabolantes ofertas e em especial para nos venderem milagres para emagrecimento e também para termos uma vida sexual mais ativa e mais fantasiosa. Pode ser pela manhã cedo, na hora do almoço, durante a janta, fim de semana, enfim, não há limites. Não há limites por quê? Por causa da certeza da impunidade. Esse fenômeno que cresce em nosso país de forma exponencial.

Porém, temos notícias alvissareiras. Fazendo pesquisa durante essa semana, descobri que recentemente, dia 7 de março, o Governador Raimundo Colombo assinou o Decreto n° 638, que dispõe em especial sobre o controle das práticas abusivas dessas empresas.

Agora, poderemos mediante preenchimento de um simples “Formulário de Bloqueio de Telemarketing”, cadastrarmos nossos telefones e e-mails no site do Procon/SC, para acabar com a farra do Telemarketing em Santa Catarina.

Hoje, conversei com o Diretor do Procon/SC, Dr. Maycon Rodrigo Baldessari, me adiantou que o CIASC já está configurando o site, para em breve, permitir ao cidadão, o tão esperado bloqueio de seus telefones e e-mails. Ficaram de fora,
as organizações de assistência social, educacional, religiosa e hospitalar sem fins lucrativos. Parabéns a todos.



domingo, 15 de maio de 2016

Tempo.



Tempo.

Fui pedir ao tempo para dividir
comigo uma parte do seu tempo,
Para que eu tivesse mais tempo
De viver mais o meu próprio tempo.
Olha só... ele respondeu que
Já não tinha mais tempo
E agora...?
O que faço com meu pobre tempo?
Oh tempo...

sábado, 7 de maio de 2016

O Day After Impeachment... E agora Sr. Temer?

O Day After Impeachment...
E agora Sr. Temer?

Semana que vem, dia 12 de maio, após o Senado Federal concluir e votar a admissibilidade do impeachment da Presidente Dilma, começa o Governo de Michel Temer (75 anos).  Maldosamente, está sendo pregado para a sociedade brasileira como o “Governo de Salvação Nacional”.  Respeitosamente, entendo que a classe política brasileira está nos metendo numa grande “enrascada”. Quando falo em classe política, falo categoricamente e bem claro, de todos os atores dos poderes executivo e legislativo. Estou falando dos políticos e dos partidos de A a Z.

É importante que não nos iludamos, não nos enganamos... Nenhum desses políticos tem uma varinha de condão. Nenhum deles tem procuração de Jesus Cristo para operar milagres. O que está em julgamento não são as “pedaladas” ou os tais decretos suplementares. Já citei que “a parte mais sensível do corpo humano é o bolso”. Dilma vai cair porque está faltando dinheiro no mercado, no bolso do trabalhador, porque está faltando dinheiro para o empresário que teve que demitir milhões de empregados com menos lucros. Governadores e Prefeitos falidos “estão vendendo o almoço para pagar a janta”.

Não houve impeachment de Lula por causa do escândalo do “mensalão” do PT. Não houve impeachment de FHC por causa da “privataria tucana”. Por que não? Porque a economia andava bem. O PMDB de Temer e o PSDB de Aécio já estão “divergindo” na escolha dos ministros e em alguns pontos da “nova” política econômica. Para o curtíssimo prazo é certo a reedição da CPMF para conter e/ou salvar a quebradeira das 5.570 prefeituras. Por outro lado, a FIESP já disse que não aceita aumento da carga tributária.


Só que existem alguns ingredientes salgados e/ou amargos para o novo governo “administrar”. Num congresso que ganha uma “nova oposição”, com faca nos dentes e sangue nos olhos, o “novo” governo terá que apresentar as famosas e urgentes reformas, tais como a ministerial, a da previdência e o aumento de impostos, sem falar em medidas duras para controlar a inflação. Não menos problemático, ainda temos o Janot, o Teori e o Moro com a “Lava Jato” na cola de um grande número de políticos do novo e do velho governo. Isso sem falar na imprevisível reação dos “movimentos populares” ao impeachment. Como diz o ditado... “Em casa que falta pão, todos brigam e ninguém tem razão”. Esperamos que esta “briga” não descambe para a anarquia. É tudo que não queremos. Todos perdem. Oremos.