Excesso de Recursos Gera Impunidade?
Contrariando
o “Princípio da Incerteza”, estamos assistindo um sem número de “grandes
juristas” se manifestando e/ou opinando com “profundidade e propriedade” sobre
o excesso de recursos nas mais diversas instâncias judiciais, previstos
legalmente na Carta Magna e no Código de Processo Penal.
Alegam
os “juristas”, que os réus “ricos e poderosos” podem pagar renomados advogados
para fazerem uso dos inúmeros expedientes recursais legais. Em princípio, é uma
justificativa bem articulada e engendrada, para inclusive ser vendida pela
grande mídia como o grande causador da impunidade no Brasil.
Respeitosamente,
acho que essa justificativa é uma grande farsa que foi vendida e muito bem
recepcionada pela sociedade brasileira. Grande farsa por quê? Porque estão escondendo
a “chave” da morosidade dos processos penais, chamada “prazo das partes”, que
está claramente definido no Código de Processo Penal.
Ao
advogado é dado o prazo que pode variar entre 2 (dois) e 15 (quinze) dias.
Quando falamos de processos que levam 5, 10, 15 ou mais anos para ser
definitivamente julgados, cremos com certeza que não se pode colocar a culpa
nesses míseros dias ofertados aos advogados para impetrarem seus recursos.
Querem
um exemplo concreto? Hoje, leio no Estadão que está há dez anos no gabinete o
decano Celso de Melo do STF uma ação penal contra o deputado Flaviano Melo do
Acre (ex-governador/PMDB) por gestão fraudulenta. Caso, Celso de Melo não leve
este processo a julgamento até junho próximo, a ação penal prescreverá gerando
assim a impunidade.
Por
favor, não joguem nas costas dos advogados a culpa pela impunidade no uso de
recursos legais. Para os advogados o tempo não para... O tempo para e muito,
nos gabinetes, nos escaninhos e nas gavetas do Judiciário brasileiro.
Lourival vc esta certo...como e quando isto vai mudar?
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