Para nós sessentões, esse danado do tempo tem muita pressa. Ele não espera um milionésimo de segundo, por nós, os viajantes da terceira e última idade. Ele passa e não volta nunca mais. Ele tem pressa.
Ele nos permite apenas uns míseros “flashbacks” ... lembranças, através das fotografias com nossas viagens, nossos avós, nossos pais, nossos amores, nossas crianças e com nossos velhos e eternos amigos.
Mas ele segue... continua inexorável e implacável nesse paradigma que transcende as leis da física, que poderiam nos explicar este enigma, que nos consome e nos perturba.
A solução? Está com certeza na aceitação.
Por isso, há 6 anos, elegi 100 coisas para fazer antes da transferência para o andar de cima. Amar, trabalhar, viajar, escrever, fotografar, tocar sax, meditar, perdoar, pedir desculpas, evoluir, superar desafios, curtir os netos, lutar pelas desigualdades sociais, ...
Como ainda me considero um jovem sessentão, me estimula muito viver. Viver cada dia. Cada hora. Cada minuto. Cada milionésimo de segundo. Viver. Viver por mim mesmo.
E, como disse o poeta... "A vida é uma peça de teatro que não permite ensaios. Por isso, cante, chore, dance, ria e viva intensamente, antes que a cortina se feche e a peça termine sem aplausos".