sexta-feira, 25 de agosto de 2017

Essa Gente Humilde Brasileira...








Agora à tardinha, ouvia no meu toca-fitas do carro, na belíssima voz de Maria Bethânia, a consagrada música “Gente Humilde”.

A primeira estrofe da nostálgica letra começa assim... 

... Tem certos dias 
Em que eu penso em minha gente
 
E sinto assim
 
Todo o meu peito se apertar...
  

Sinceramente meus amigos, não tem como olhar para a situação do Brasil e não fazer um elo com nossa sofrida “gente humilde brasileira”.  
 
Muitas pessoas acham mais fácil debitar “nossa” cultura de corrupção as nossas origens além-mar (Portugal). Respeitosamente temos que discordar. Somos um povo bastante trabalhador, formado pelas mais diversas etnias. Para cá vieram portugueses, italianos, alemães, africanos, árabes, judeus, japoneses, chineses, latinos, poloneses, russos, entre outros. Portanto, nosso congresso, nossas assembleias legislativas, nossas câmaras de vereadores, possuem representantes de todas essas etnias. 

Então perguntamos... Onde foi que não deu certo?  A resposta é triste, mas é a realidade. A elite da classe política brasileira, nos últimos 50 anos, passou a usar o poder como se fosse um feudo. Usaram suas prerrogativas para legislar apenas em causa própria. Decidiram por seus super salários, seus super privilégios, que incluem dezenas de “assessores”, verbas para saúde, alimentação, passagens aéreas, moradia, serviços postais, combustíveis, seguranças, entre outras. 

Porém, todavia, contudo... como se não bastassem todos esses modestos privilégios, essa mesma elite política resolveu participar do lucro das empresas, em especial nas empreiteiras que prestam serviços bilionários ao poder público. Só que escolheram a forma “não-republicana”. Esse procedimento aético se espalhou como um rastilho de pólvora, contaminando as mais diversas camadas de políticos e empresários, que se associaram para saquear nossos recursos com a justificativa de “tudo devidamente declarado a Justiça Eleitoral” .

Essa “Gente Humilde Brasileira”, que soma 86 milhões (sem contar com 13 milhões de desempregados), que trabalha e que levanta todos os dias as 5 da matina, continua diariamente em sua via-crúcis”, humilhada, desrespeitada, cabisbaixa, sem acesso aos direitos básicos de uma educação digna como eu tive nos anos 50’s e 60’s, sem uma saúde decente, com clínicas e postos de saúde sucateados e sem médicos.
 
Daí então, só me resta ouvir a última estrofe... 
 
... E aí me dá uma tristeza 
No meu peito
 
Feito um despeito
 
De eu não ter como lutar...
 
E eu que não creio
 
Peço a Deus por minha gente
 
É gente humilde
 
Que vontade de chorar...
  

Oremus !


Um comentário:

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Lourival Amorim