Brasil S/A. ou Brasil Ltda.?

          Devido a minha formação jurídico/contábil, sempre imaginei e sonhei nosso país como uma grande Sociedade Anônima – o Brasil S/A. Ou seja, cada um de nós, dos 211 milhões de brasileiros, teria uma ação ordinária nominativa de R$ 1 real, com direito a voto. E mais, na grande "Assembleia Geral Ordinária" para eleição dos dirigentes, conselho fiscal e aprovação das contas, todos os acionistas teriam seu voto com mesmo peso. Não haveria nenhum voto qualificado.

          Seria apenas um sonho? Uma quimera? Uma utopia? Não importa. Isso apenas me faz acreditar que poderíamos alcançar um país verdadeiramente democrático, republicano, transparente, bem auditado, igualitário e feliz. Infelizmente, nossa Sociedade Anônima está com sua base alicerçada num horizonte intransponível.

          Para decepção geral de nós brasileiros, no século passado, um grupo de pessoas mal-intencionadas, descobriu que o Brasil poderia ser “propriedade” deles, com direitos ilimitados e, deliberaram nas madrugadas, às escondidas, por fazer de nosso país uma grande sociedade limitada, aliás, limitadíssima... a “Brasil Ltda.”

          Essas pessoas se tornaram proprietárias/cotistas do executivo, do legislativo, do judiciário, da economia, da mídia... e pior, esses “cotistas” acham também que são nossos protetores, zeladores, e patrões. Por isso, quando se apropriam de alguns milhões, eles estão apenas recebendo suas partes do lucro da "Brasil Ltda". Mas, por outro lado, estão sempre cuidando diária e zelosamente do nosso bem-estar, disponibilizando a todos educação e saúde dignas, justiça célere, infraestrutura, saneamento básico para todos, financiamentos para a produção de bens e serviços, enfim, tudo o que um povo precisa para ser feliz.

Isso não é ótimo? Reclamamos de quê?

Oremus!

“Nunca tantas pessoas leram e escreveram tanto como se lê e se escreve em nossos dias”

Há uma crítica generalizada, em especial sobre os jovens, de que não leem e nem escrevem “como antigamente”. Uma das métricas utilizadas para esta avaliação são as pesquisas sobre quantos livros alguém lê por ano.

Não precisa ser especialista nesse assunto para atestar que este número vem reduzindo bastante nos últimos anos. Na última pesquisa “Retratos da Leitura no Brasil” podemos ter acesso a informações interessantes como:

(1) 30% dos entrevistados jamais compraram um livro; (2) para 67% não houve uma pessoa em suas vidas para incentivar o hábito da leitura; (3) 81% leem em casa; (4) os “não leitores” alegam: falta de tempo (32%), não gosta de ler (28%), não tem paciência para ler (13%); (5) A leitura ficou em 10º lugar quando o assunto é o que gosta de fazer no tempo livre. Perdeu para assistir televisão (73%), Em segundo lugar, a preferência é por ouvir música (60%).

Depois aparecem: usar a internet (47%), reunir-se com amigos ou família ou sair com amigos (45%), assistir vídeos ou filmes em casa (44%), usar WhatsApp (43%), escrever (40%), usar Facebook, Twitter ou Instagram (35%), ler jornais, revistas ou notícias (24%), ler livros em papel ou livros digitais (24%) – mesmo índice de praticar esporte.

Dá para perceber que ler jornais, revistas, livros não é a atividade preferida dos entrevistados. Temos nos últimos anos, em especial na última década, uma “revolução” na comunicação.

É verdadeiro, irrefutável, que diariamente, vemos pessoas (crianças, jovens e adultos) lendo em todos os lugares, ou seja, nas ruas, nas praças, nas escolas, no trabalho, no metrô, trem, ônibus e aviões, nos bares, restaurantes e nas baladas, nos jogos de futebol, nos consultórios, no trabalho e até mesmo “dirigindo” no trânsito.

Concluímos, que independentemente da qualidade do que se lê e/ou se escreve, “nunca tantas pessoas leram e escreveram tanto como se lê e escreve em nossos dias”.

Menos mal.

Foto: Internet

O ódio na Internet... "A Ignorância é Atrevida"

Meu amigo Emilio Cerri, hoje em seu perfil no Facebook, fez um desabafo corajoso. Disse que era:  “uma necessária higienização no perfil, expurgando gente que não tem preparo para o convívio social e o debate inteligente de ideias, sem preconceitos, sem ódios e sem fanatismo de qualquer ordem, especialmente o político. Lamento, mas não é possível conviver com pessoas que querem fazer das redes sociais as latrinas de suas frustrações, desamor e complexos variados. Tenho pena. Precisam de ajuda especializada”.

As redes sociais, em especial o Facebook e o Twitter, provocaram um fenômeno interessante. Qualquer usuário se sentiu “autorizado intelectualmente” a opinar, avaliar, julgar (com profundidade) sobre política, religião, direito, futebol, nanotecnologia, gastronomia, biotecnologia, física quântica, entre outras.

Um amigo muito especial, intelectual, Luiz Tito Carvalho Pereira, na época de nosso boteco no porão da #OAB/SC, ali ao lado da Catedral Metropolitana, o saudoso “Habeas Corpus”, disse com propriedade... “A ignorância é muito atrevida”. Pior, passam-nos a impressão que “descobriram que são maioria” ... E agora José, E agora Tito? E agora Emilio Cerri? Quem vai segurar esse povo com suas “abordagens” mal-educadas, carregadas de ódio, desprovidas de qualquer base que sustente suas “teses”.

Estão diuturnamente por aqui ou alhures caçando uma vítima para “comemorarem um gol contra”, para descarregaram seus caminhões de lixo. Andam por ai carregadas de entulhos, cheias de frustrações, cheias de raiva, traumas e de desapontamento. À medida que suas pilhas de lixo crescem, elas precisam de um lugar para descarregar, e às vezes descarregam sobre a gente. Não tome isso pessoalmente.

Pense bem... Isto não é problema seu! Apenas sorria, acene, deseje-lhes o bem, e vá em frente. Não pegue o lixo de tais pessoas e nem o espalhe sobre outras pessoas no trabalho, em casa, nas ruas ou nas redes sociais. A vida é muito curta, não leve lixo. "A vida é 10% o que você faz dela e 90% a maneira como você a recebe"

Oremus!!!