Sem medo de errar, a resposta começa em 1998. Mais precisamente no dia 24 de março de 1998, com a sanção pelo Presidente Fernando Henrique Cardoso da Lei nº 9.615, a famosa Lei Pelé, que veio para “modernizar” a prática do futebol no Brasil. Aplaudindo as inovações positivas, não há como denunciar a introdução do maior e do irreparável prejuízo para o futebol brasileiro, ou seja, da figura do “empresário”. Ele veio como o “libertador” do atleta, que vivia sob o jugo do Clube que o mantinha preso como um escravo para o resto de sua carreira.
Ledo engano, o próprio Pelé em 2014 foi um crítico quando denunciou... "Antes, o jogador ficava cinco, dez anos jogando no mesmo clube. Hoje não é mais assim. Muito empresário leva o jogador para a Ásia, Rússia e esquece ele lá, faz o que quiser. Então tem essa parte ruim, que o clube não é mais dono do jogador, o empresário é que manda."
De se ressaltar, que a Lei Pelé nos seus primeiros artigos evidencia os princípios fundamentais, tais como a soberania, autonomia, democratização, liberdade, direito social, diferenciação, identidade nacional, qualidade, descentralização, segurança, eficiência, transparência financeira e moralidade na gestão desportiva (sic).
Não fosse só por essa anomalia, esse status veio sendo agravado pelas conhecidas relações nada republicanas entre atletas, empresários, dirigentes de clubes, dirigentes da CBF, da FIFA, entre outros aproveitadores. O Ministério Público e a Receita Federal estão apertando a fiscalização a clubes e atletas. Somente em São Paulo foram feitas 24 fiscalizações envolvendo R$ 211 milhões em impostos devidos e multas.
Por fim, com a multiplicação destas transações milionárias “nossos craques” não permanecem mais no Brasil dando continuidade à “nossa escola”. Escola de Pelé, Zico, Garrincha, Nilton Santos, Ademir da Guia, Sócrates, Jairzinho, Tostão, Didi, Gerson, Rivelino, Falcão, Júnior, entre outros. Hoje temos mais de dois mil atletas jogando no exterior, espalhados em 111 países.
Infelizmente está morta a “velha e eficiente escola do futebol brasileiro”. Certo Tite?
Oremus!
Perfeito. Mas a imprensa continua repetindo bovinamente que não podemos fazer nada. Podemos e devemos, mudando a lei e acabando com a ditadura dos empresários que só querem ganhar dinheiro - o que é normal -, sem nenhuma preocupação com os clubes e o futebol do país.
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